Um dia radiante: Quando tudo deu certo

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Em uma manhã de sol radiante, daquelas que parecem ter saído diretamente de um comercial de margarina, algo mágico aconteceu. Eu acordei, e o despertador decidiu, por uma vez na vida, não me acordar com aquele som estridente digno de despertar até os mortos. Ao sair de casa, já me sentia estranhamente otimista, como se o universo tivesse decidido cooperar comigo por uma vez. E olha que até o semáforo decidiu ficar verde assim que me aproximei! "É meu dia de sorte!", pensei, sorrindo para os pedestres que me olhavam curiosos. Na padaria, ao pedir meu café, a simpática atendente me deu um pãozinho de cortesia. "Para um cliente tão sorridente, é por conta da casa!", disse ela com um sorriso cativante. E quando cheguei ao trabalho, adivinha só? O chefe estava de bom humor! Ele até me deu um tapinha nas costas e disse: "Bom dia, você está radiante hoje! Vamos fazer uma reuniãozinha rápida só para alinhar as coisas?" Eu quase caí para trás de espanto, mas claro,

A janela - Um escape em dias cinzentos

São exatamente, 22:23h, e aqui estou eu na janela desse quarto, mas tudo bem pra mim, é meu escape em dias cinzentos. Tudo é tão calmo visto daqui, às vezes o silêncio envolve a noite, mas hoje não, posso ouvir bem longe o canto de um pássaro. Lá fora, visto aqui da janela, parece outro mundo, diferente desse do qual me sufoca todos os dias.
Imagine que a janela do quarto é como uma pessoa que te encanta apenas te olhando nos olhos, você fica ali, imóvel, apenas olhando fixamente pra ela, enquanto ela conduz sua mente e você se desprende de si mesmo. Através da janela você é conduzido à um mergulho em sua mente.
Aqui dessas grades enferrujadas posso contar nos dedos as nuvens que vejo, parecem desfilar nessa imensidão escura do céu.
E lá está o passarinho pousado no fio do poste, cantando timidamente e sem dar a mínima para o frio insuportável que está fazendo. O vento é quase imperceptível, ainda assim, a leve brisa balança as rabiolas de pipas enroscadas nos fios; minhas orelhas estão congeladas.
Minha vizinha, Claudiane, está me gritando lá fora.
— Vai dormir, Ana!
 — Já vou, Claudiane! — respondi no mesmo tom.
Claudiane é daquelas vizinhas que sabe o CPF de todos os moradores do bairro, se é que você consegue me entender. De manhã, nem preciso ligar a TV pra assistir o noticiário, basta pegar um café e aparecer na porta que o jornal começa.
Claudiane acharia engraçado, ou até me chamaria de maluca se soubesse o que faço aqui na janela, se ouvisse minha mente, mas é algo que faço com frequência, pra sair dessa realidade do dia a dia. Como eu disse: “É meu escape em dias cinzentos”. Eu preciso, e acredito que todos nós precisamos de um escape, seja ele qual for, só precisa nos desligar por alguns minutos, talvez horas, e nos levar para um lugar onde podemos encontrar com nós mesmos, achar nossa paz, nossa alegria, nossa essência perdida.
Bem. Agora preciso voltar à tona e fechar a janela. Tenho compromisso às 4:26h da manhã, com minha insônia.
Por Lyu Somah

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